Quem sai a ganhar afinal?
Como vai sendo habitual em todos os agrupamentos, como em qualquer sitio em que adultos têm de trabalhar juntos, supostamente para um mesmo objectivo, as diferentes ideias e formas de gerir as situações, levam a guerras acesas entre aqueles que deveriam ser o sustento basilar de qualquer agrupamento, ou seja, os Dirigentes e Animadores.
O problema, no meu ver, está quando agarramos nas diferentes ideias (que é uma coisa boa) e usamo-las de uma forma divergente, acabando estas por nunca se cruzarem e termos todos pontos de vista demasiadamente afastados para se conseguir chegar a um consenso, quando o mais útil seria convergir essas mesmas ideias para um só ponto, as crianças/jovens.
Como ouvi no outro dia alguém dizer, numa formação, "Um ponto de vista é exactamente isso, é ter uma visão sobre um ponto. Diferentes pontos de vista, são apenas diferente formas de olhar para o mesmo objectivo". Só assim se pode trabalhar em equipa, tendo todos o mesmo objectivo, e não conheço outro, no escutismo, que não seja o de formar as crianças e jovens e o de prepará-los para uma vida social mais activa e participativa.
Mas para atingir tais objectivos, por vezes perdemo-nos no caminho, perdemo-nos pelos "meios" e o claro exemplo disso, nos agrupamentos, como em toda a sociedade, prende-se com o dinheiro. As angariações de fundo, as saudáveis actividades pontuais para suportar uma ou outra actividade mais cara, tornaram-se numa luta desenfreada para suportar os agrupamentos, não sei se por falta de apoios externos, se por sede de ter sempre mais e mais. Mas para mim... sabe mal esta coisa de termos de meter os miúdos a fazer sempre alguma coisa para ganharmos dinheiro.
Sinceramente, não sei se haveria outra forma de suportar algumas actividades e alguns gastos do agrupamento, como em material e obras...etc... mas o que é verdade é que não gosto do espírito. Dá-me o estranho sabor de que o escutismo se transforma num negócio e que o C.N.E. começa a ser uma grande empresa.
Outra coisa, são as pedagogias, que embora todos saibamos que é impossível todos pensarmos da mesma forma e todos formarmos os miúdos da mesma maneira, penso que há orientações básicas para este processo formativo "informal".
Mas uma coisa é certa! Temos realmente um papel educativo na vida destas crianças, de outra forma não faria sentido qualquer metodologia ou mística. Não teria sentido esta coisa hierarquizada e este sistema de patrulhas que seguimos com tanto gosto e sentido!
Mas o que fazer quando não achamos correcta a postura pedagógica de um animador do agrupamento? E quando só a nós faz confusão, assim sendo que ninguém toma medidas em relação ao assunto? Que tipo de "luta" podemos ou não ter dentro do agrupamento para melhorar as coisas? Será que essa guerra diária faz sentido, será que esse braço de ferro leva a algum lugar? Ou é melhor deixar as coisas correr e esperar que isso não interfira no desenvolvimento dos jovens?
Por vezes penso que raio de formadores de jovens somos nós, quando por vezes temos atitudes típicas de gente mal-formada? Que exemplo somos nós? Um que eu, como pai, não gostaria de ver os meus filhos seguir, com toda a certeza!
Onde estão os nossos VALORES católicos pelos quais obrigatoriamente devemo-nos orientar?
Entre guerras internas, entre burocracias estupidificantes, entre falhas na comunicação, entre palmadinhas nas costas... entre todas estas coisas que nos desanimam e desmotivam...
No Escutismo não devemos ser apenas amigos, sejamos sim, irmãos em Deus, filhos de um mesmo pai.
Quem não tiver vocação para estar no Escutismo, escolha outro caminho, pois aqui queremos exemplos de carácter, responsabilidade e valores.
Quem sai a ganhar afinal???
Aqueles pelos quais nos dedicamos, não são de certeza!
Ano D.C. 2010
José António Goulart
Como vai sendo habitual em todos os agrupamentos, como em qualquer sitio em que adultos têm de trabalhar juntos, supostamente para um mesmo objectivo, as diferentes ideias e formas de gerir as situações, levam a guerras acesas entre aqueles que deveriam ser o sustento basilar de qualquer agrupamento, ou seja, os Dirigentes e Animadores.
O problema, no meu ver, está quando agarramos nas diferentes ideias (que é uma coisa boa) e usamo-las de uma forma divergente, acabando estas por nunca se cruzarem e termos todos pontos de vista demasiadamente afastados para se conseguir chegar a um consenso, quando o mais útil seria convergir essas mesmas ideias para um só ponto, as crianças/jovens.
Como ouvi no outro dia alguém dizer, numa formação, "Um ponto de vista é exactamente isso, é ter uma visão sobre um ponto. Diferentes pontos de vista, são apenas diferente formas de olhar para o mesmo objectivo". Só assim se pode trabalhar em equipa, tendo todos o mesmo objectivo, e não conheço outro, no escutismo, que não seja o de formar as crianças e jovens e o de prepará-los para uma vida social mais activa e participativa.
Mas para atingir tais objectivos, por vezes perdemo-nos no caminho, perdemo-nos pelos "meios" e o claro exemplo disso, nos agrupamentos, como em toda a sociedade, prende-se com o dinheiro. As angariações de fundo, as saudáveis actividades pontuais para suportar uma ou outra actividade mais cara, tornaram-se numa luta desenfreada para suportar os agrupamentos, não sei se por falta de apoios externos, se por sede de ter sempre mais e mais. Mas para mim... sabe mal esta coisa de termos de meter os miúdos a fazer sempre alguma coisa para ganharmos dinheiro.
Sinceramente, não sei se haveria outra forma de suportar algumas actividades e alguns gastos do agrupamento, como em material e obras...etc... mas o que é verdade é que não gosto do espírito. Dá-me o estranho sabor de que o escutismo se transforma num negócio e que o C.N.E. começa a ser uma grande empresa.
Outra coisa, são as pedagogias, que embora todos saibamos que é impossível todos pensarmos da mesma forma e todos formarmos os miúdos da mesma maneira, penso que há orientações básicas para este processo formativo "informal".
Mas uma coisa é certa! Temos realmente um papel educativo na vida destas crianças, de outra forma não faria sentido qualquer metodologia ou mística. Não teria sentido esta coisa hierarquizada e este sistema de patrulhas que seguimos com tanto gosto e sentido!
Mas o que fazer quando não achamos correcta a postura pedagógica de um animador do agrupamento? E quando só a nós faz confusão, assim sendo que ninguém toma medidas em relação ao assunto? Que tipo de "luta" podemos ou não ter dentro do agrupamento para melhorar as coisas? Será que essa guerra diária faz sentido, será que esse braço de ferro leva a algum lugar? Ou é melhor deixar as coisas correr e esperar que isso não interfira no desenvolvimento dos jovens?
Por vezes penso que raio de formadores de jovens somos nós, quando por vezes temos atitudes típicas de gente mal-formada? Que exemplo somos nós? Um que eu, como pai, não gostaria de ver os meus filhos seguir, com toda a certeza!
Onde estão os nossos VALORES católicos pelos quais obrigatoriamente devemo-nos orientar?
Entre guerras internas, entre burocracias estupidificantes, entre falhas na comunicação, entre palmadinhas nas costas... entre todas estas coisas que nos desanimam e desmotivam...
No Escutismo não devemos ser apenas amigos, sejamos sim, irmãos em Deus, filhos de um mesmo pai.
Quem não tiver vocação para estar no Escutismo, escolha outro caminho, pois aqui queremos exemplos de carácter, responsabilidade e valores.
Quem sai a ganhar afinal???
Aqueles pelos quais nos dedicamos, não são de certeza!
Ano D.C. 2010
José António Goulart